SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A agência de classificação de risco Fitch avalia que a situação fiscal do Brasil é difícil, mas que há espaço para a criação de um novo e “bem modesto” auxílio emergencial.
Em evento realizado pela agência nesta quinta-feira (25), Shelly Shetty, diretora da Fitch Ratings para as Américas, afirmou também que ainda é cedo para dizer se a intervenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Petrobras representa uma mudança na direção da política econômica, mas que a interferência não é um bom sinal para os investidores.
Sobre a possibilidade de o país ter uma melhora na sua nota de crédito, a avaliação é que isso dependerá, principalmente, do andamento da agenda de reformas.
“Há algum espaço para absorver um pacote de emergência bem modesto. Isso dito, o que vai ser a chave para a classificação futura será a perspectiva de reformas”, afirmou Shetty.
Em relação ao auxílio emergencial em discussão no Congresso e no Executivo, ela lembrou que ainda não se sabe quais os valores envolvidos, mas que a sinalização é que eles serão bem inferiores aos gastos de 2020, e que não será algo suficiente para causar preocupação em relação à trajetória da dívida pública.
Shetty disse que só recentemente, particularmente nesta semana, houve alguma ênfase do governo na agenda de privatizações, com a entrega dos projetos que tratam da Eletrobras e dos Correios ao Congresso, na sequência dos problemas causados pelas mudanças na Petrobras.
“Não é um bom sinal”, afirmou Shetty ao responder uma série de questões sobre a Petrobras.
Para a executiva, o episódio mostrou que o Brasil pode estar propenso a dar um passo para frente e dois para trás. “Se é uma mudança para uma nova direção política, ainda é cedo para dizer”, afirmou. “Temos que monitorar os próximos passos.”
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