Apenas 19 anos de idade, uma ideia na cabeça e muito estudo foi o que levaram o jovem Matheus Balduíno a criar um biopesticida, completamente natural, usando a casca do pequi.
Ele ainda estava concluindo o Ensino Médio, na cidade de Juazeiro do Norte (CE), quando desenvolveu a pesquisa e criou o produto, que é capaz de eliminar insetos e pestes das plantações, principalmente a formiga-cortadeira, conhecida como saúva no Nordeste.
O objetivo principal de João Matheus é ajudar os pequenos agricultores a salvarem a plantação do ataque desta praga, já que as saúvas são capazes de devastar lavouras inteiras de capim, por exemplo.
A ideia é que o pesticida seja gratuito. “A agricultura é a fonte de renda dessas famílias e as formigas-cortadeiras podem fazer grandes estragos nas hortas. O produto é fabricado com a casca do pequi, uma matéria-prima de baixo custo e fácil produção”, disse.
O pequi também é utilizado em várias outras pesquisas científicas e o óleo extraído da fruta tem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e até previnem cânceres. Em Goiás, as mulheres de um Quilombo transformam o óleo do pequi em cosméticos e, no Mato Grosso, indígenas transformaram área degradada em plantação de pequi e bateram recorde de produtividade e comercialização do fruto.
Pesticida não atinge o solo, nem a qualidade da colheita
A pesquisa foi iniciada em 2019 e testada em vários roçados. “Fizemos também entrevistas com profissionais da área ambiental para saber os danos que os pesticidas poderiam causar ao solo, às plantas e ao meio ambiente”, contou.
O pesticida, além de natural, é biodegradável e não atinge o solo. “Os pesticidas causam diversos prejuízos e, através do uso do nosso produto, a gente consegue não prejudicar o solo, não prejudicar as plantas e não prejudicar as pessoas que vão consumir as hortaliças. Então, é uma cadeia de benefícios com baixo custo”, explica a orientadora do projeto, professora Lilian Duarte.
O pequi é um fruto muito utilizado nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. João Matheus percebeu que muitas partes do pequi eram desperdiçadas e, por isso, decidiu realizar pesquisas com o fruto.
O projeto foi intitulado de Biopequi. O jovem pesquisador criou uma vaquinha on-line para receber apoio para as pesquisas. Seu objetivo é levar a experiência para agricultores de todo o país. Até do programa Caldeirão do Huck ele já participou para tentar levantar a grana para financiar o projeto e não conseguiu. Então, dá uma força aí!
Você também pode ajudar um vendedor de frutas a concluir seu projeto de ecobarreira para proteger um rio que frequentava na infância.
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Fonte: CicloVivo
EDUCAÇÃO – Razões para Acreditar