Todos os anos, a volta às salas de aula depois das férias pede adaptações na rotina de estudantes e familiares. E, em 2021, esse processo se tornou ainda mais necessário. Após passar quase um ano longe dos amigos e dos professores e funcionários da escola, boa parte das crianças e adolescentes está retomando as aulas presenciais e, com elas, hábitos e horários que já não faziam mais parte de seu cotidiano.
Como, então, tornar essa transição entre as aulas remotas e as presenciais menos estressantes e mais proveitosas para os estudantes?
Aposte na revisão constante dos conteúdos
2020 foi um ano muito atípico para todos os envolvidos com Educação. Como muitos não se adaptaram totalmente ao ensino remoto, há conteúdos que podem ter se perdido ao longo do ano. Por isso, revisar constantemente o que é ensinado pode ajudar muito nessa retomada. A consultora pedagógica do Sistema de Ensino Aprende Brasil, Yasmim Forte, afirma que “todos os professores estão com um olhar cuidadoso e o início de 2021 naturalmente priorizará diagnósticos constantes sobre as aprendizagens que foram ou não consolidadas pelos alunos. No caso dos estudantes mais novos, a participação dos responsáveis será mais importante do que nunca. Já os mais velhos podem praticar a autogestão, que também contribui para que eles desenvolvam de forma autônoma”.
Defina seu modelo de estudo ideal
Enquanto muitas famílias – e muitos estudantes – não viam a hora de voltar para o ambiente escolar, o contexto da pandemia ainda é uma realidade e, por isso, outras famílias não pretendem retomar as atividades presenciais por enquanto. Para escolher o modelo de ensino mais adequado para cada um, Yasmim defende que cada um analise com cuidado as próprias limitações. “Por exemplo, nem todos os alunos terão condições de participar de um escalonamento com aulas presenciais e remotas, o que exige conectividade e boa internet. Então, alunos que não têm essas condições, se darão melhor em um modelo híbrido, com aulas presenciais em alguns dias e atividades remotas impressas em outros”, ressalta.
Para decidir qual modelo é melhor para o estudante, família e escola devem estar em constante comunicação. O comportamento dos alunos também merece atenção. “O fato de voltar ao ambiente escolar com toda essa mudança pode gerar uma ansiedade exacerbada prejudicial. É importante conversar com os responsáveis da escola, saber de todas as regras a serem seguidas e ter empatia: um olhar atento e uma conversa verdadeira podem ajudar muito nesse momento”, lembra.
Dê um passo de cada vez
Quando a pandemia de Covid-19 começou, muitos costumes diários precisaram ser alterados de uma só vez. Da noite para o dia, não se podia mais frequentar a escola, passear sem máscara ou mesmo sentar para conversar entre amigos. Toda essa alteração tem um custo e, agora, é preciso ir com calma na retomada das atividades. “A dica é retomar gradativamente, dentro do protocolo proposto e do esquema de retorno a uma rotina que propicie organização, momentos de estudo, lazer, entre outros. Para que a vida volte ao ‘antigo normal’ precisaremos nos readaptar”, afirma Yasmim.
Conte com uma rede de apoio
Para a psicóloga Rosane Melo Rodrigues, do Hospital Marcelino Champagnat, de Curitiba (PR), o comprometimento da família com essa nova realidade é uma das ferramentas mais importantes neste momento. “É fundamental que a família ajude a preparar as crianças e adolescentes para que eles voltem a ter o convívio social que tinham antes. Essa retomada assusta e, embora os cuidados devam continuar, é preciso estar emocionalmente estruturado para encarar essa nova fase”, argumenta.
Reinvente sua rotina
A rotina escolar conhecida antes de 2020 provavelmente já não se encaixa no contexto atual, que continua sendo o de uma pandemia. Portanto, é preciso criar uma nova rotina, planejando as obrigações escolares da semana e otimizando o tempo para cada uma delas, de acordo com Yasmim. Para isso, é importante definir um local de estudo tranquilo e que impeça distrações recorrentes. “Também vale usar a tecnologia como aliada, acessando outras fontes de conhecimento e métodos de estudo. Pesquise sobre os temas vistos nas aulas e utilize metodologias diversas para esses registros – mapas mentais, conceituais, fichamentos e outros”, reforça.
Rosane lembra a importância de estabelecer uma rotina saudável que vá além da sala de aula. “É preciso manter uma boa alimentação e a prática regular de exercícios físicos. Também ajuda trabalhar com uma organização mental e uma rotina com horários pré-estabelecidos. Temos que entender que esse é um novo modelo de vida”, completa.
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